“Portugal suporta uma crise, grave e duradoura, que é só sua e que só aos Portugueses compete resolver.
Já desperdiçámos um tempo precioso e nada fizemos para atenuá-la, muito menos para superá-la.
Poderemos empobrecer lentamente até que da Europa só nos reste a geografia. Poderemos fingir que tudo está no bom caminho, mesmo quando sabemos que não está. Poderemos confiar nos acasos, com um optimismo que é apenas uma imensa irresponsabilidade.
Uma coisa, porém, é certa: se não conseguirmos «mudar» o essencial da nossa sociedade, teremos o futuro comprometido.
A economia portuguesa regista uma década tão medíocre que só encontra um paralelo próximo no fim da Monarquia e no princípio da República.
Daqui emergem fenómenos sociais graves, desequilíbrios financeiros perigosos, desmedidos endividamentos público e externo.
Chegámos a beira do precipício e, se dermos um passo em falso ou tardarmos na reacção, ninguém evitará um enorme sobressalto.”
É com este sério Aviso, que Henrique Medina Carreira Inicia o seu livro Portugal que Futuro?
Perante a dureza desta Introdução que mais restará dizer?.... Apenas aconselhar a leitura de uma obra de que muito gostei e depois meditar, e a seguir reagir sem medo, mas com cautela para não cairmos no precipício.
João Palmela